A melhor coisa que fiz na vida.


Meu filho é uma criança extremamente amorosa.
Apegadíssimo aos pais, avós e tios, não cansa de dizer o quanto nos ama. E diz com todo o coração.
Perco a conta de quantas vezes por dia ele me agarra, me beija, diz que me ama e o quanto sou linda.
Meu maior fã, disparado.
Ele também é super visual. AMA desenho, arte, cores e formas. Essa é sua forma de se expressar.
E todos nós valorizamos e incentivamos isso.
Assim ele criou o hábito de escrever e desenhar suas emoções.
O que eu acho maravilhoso, uma vez que se expressar é difícil até para adultos.
Juntei alguns pra registrar essa fase tão gostosa.
Acho que parte das memórias ele vai poder resgatar por esses registros na internet. Assim como fazíamos com os álbuns de fotografias da família.
Novos tempos, né?



Esse acima ele me deu em um dia que eu estava super chateada, triste mesmo.
Assim ele me lembrou o que é importante. E quem é a coisa mais linda que eu já vi na vida. (Faço questão que ele saiba todos os dias que é minha pessoa preferida no mundo)


Essa é a página final de um livrinho de orações que ele fez, a próprio punho, para minha mãe. Preciso dizer o quanto fiquei emocionada com o que ele escreveu?


Aqui ele disse: "Eu te amo e nunca te dezamarei".


Aqui, na praia, após alguns dias sem TV... Eis que as raízes se manifestam.


Tartarugas Ninja são seus preferidos. E eu acordei com essa me emanando amor.


Essa é uma dos meus preferidos. Parafraseando Marina Lima. E afirmando seu imenso amor pela mamãe.


Esse foi o de hoje. Ser admirada pela pessoa mais importante da sua é, sem dúvida, uma sensação incrível.


Como as emoções não são lineares, e como todo mãe que se preze eu também posso ser chata...
Este monstro sou eu, mandando ele fazer a lição de casa. E as novas regras escritas na parede, ali em cima.
A gente não ganha sempre, né? ;) 



Filho, você é a melhor coisa que já fiz na minha vida. E te dizer o quanto eu te amo todos os dias, ainda não é suficiente para expressar o meu amor. 
Agradeço a vida, por me trazer essa figurinha deliciosa que é você.
O cara mais legal que eu já conheci.
Beijos enormes,

Mamãe.





Por uma vida com menos cerveja.

Eu faço de tudo pra não ser uma menininha princesa.
Eu gosto de estar com os rapazes, eu gosto de ter uma parte maloca dentro de mim.
Eu amo ser mãe de menino.
Odeio rosa.
Amo ser mulher e dou muito valor ao poder da feminilidade, não me entendam mal. Daí a ser princesa daquelas frescas é outra coisa.
Adoro coisas que são TEORICAMENTE de meninos. E me incomodo com coisas que são TEORICAMENTE de meninas.
(Inclusive esse lance de gêneros tem sido latente aqui em casa... Como explicar pra um menino de 6 anos, que meninas podem gostar de luta e meninos podem gostar de rosa?? Dificuldades da maternidade moderna... Enfim, isso fica pra outro dia.)
Maaaaas, apesar das minhas tentativas (em vão) : EU NÃO GOSTO DE CERVEJA.
Um símbolo da masculinidade, convenhamos. Ou pelo menos um símbolo da galera relax e desencanada. 
(Conheço um monte de mulheres lindas que bebem cerveja, o ponto aqui não é machismo x feminismo, que isso dá muito trabalho e esse é um blog caseiro sem polêmicas).
Desculpa mundo... Não dá.
Ando de skate, não gosto de babados e laços, falo palavrão...
MAS EU GOSTO MESMO É DOS DRINKS MIMOSOS. BEM DE MENININHA PRINCESA.
Ou dos clássicos tipo Dry Martini e Bloody Mary. Com os quais me sinto o James Bond nos anos dourados. E assumo toda a minhas masculinidade. Ahãm.
O ponto é que em churrascos ou rolês mais, digamos, roots, eu geralmente fico sem opções.
Eu juro que não consigo terminar uma latinha de cerveja.
Nas poucas vezes que tomo tem que ser acompanhada de Cu de Burro - um copo com limão espremido, com bastaaaante sal (para beber junto com a cerveja).
Por isso crio aqui uma campanha "POR UMA VIDA COM MENOS CERVEJA"
Ela é legal, ok. Mas já tem o seu posto garantido. 
Vamos começar a pensar em novas opções para as festas na piscina, churrascos na laje, encontro das meninas, domingos em família, happy hours de sexta-feira e todos os incríveis eventos que acompanham o verão?

Final de semana passado rolou um churras só de meninos aqui em casa.
Eles, as 300 caixas de cerveja e EU.
Eis que...


Decidi que faria bonito. Queria um Clericot bem autoral, bem perfumado. 
Clericot é a versão branca da Sangria, e a receita pode variar muito.
Mas é basicamente frutas, vinho branco e suco/refri.
Eu usei morangos, kiwi, uvas verdes sem caroço (sou mimosa) e grapefruit picadinhos e bem geladinhos.
A laranja e a mexerica eu fiz um suco.


Fui montando camadas com as frutas, e depois joguei o suco de laranja/mexerica.


Aí coloquei metade desse suco japonês de uva verde, que é um pecado de tão gostoso (você pode substituir por Schweppes Citrus ou Soda, ou suco de maçã, sei lá, o lance é testar), uma dose do licor Cuarenta y Tres que é delicioso - Você pode colocar um licor de laranja também - e completei com um vinho branco gostosinho e baratinho. Não precisa assaltar a adega dos seus pais pra isso. Nem desfalcar a sua.



Ficou refrescante, leve e delicioso.
Bem drink de menina, daqueles que você acha que nem tem álcool, mas quando vai ver... Já foi.
Eu tomei quase tudo.
Quase, porque os meninos machos que estavam no churrasco também largaram suas latinhas e deram suas bebericadas no meu drink de princesinha.
Porque todo mundo gosta de coisas gostosas, certo?

Bora agitar as coqueteleiras nesse fim de ano??


Torta de Avó

Comida afetiva, daquelas que a gente guarda lembranças, aquelas cheias de sabor.
Que são verdadeiramente gostosas e relativamente saudáveis, mesmo com todos os poréns dos dias de hoje (manteiga, glúten, e afins estão sendo massacrados!), essas são as melhores, na minha opinião.
Digo que meu objetivo é cozinhar como uma avó. Daquelas que TUDO que faz fica gostoso, independente de quais ingredientes tenha em mãos.
Quero que meu filho tenha a mesma memória afetiva da minha comida, que eu tenho da minha mãe e das minhas avós. 
Sendo assim, esses dias ganhei um livro de receitas de tortas.
E decidi literalmente botar a mão na massa, uma vez que eu não costumo preparar muito essas coisas aqui em casa. Sempre achei que essa parte não era pra mim.
Hoje acho que nada mais é que treino e, claro, amor.    


Adaptei a receita, para poder usar o que eu tinha em casa.
Comecei pelo recheio. É uma torta vegetariana, porque eu também queria usar os legumes antes de começarem a estragar. 
Na receita ele se chama Empadão Verde Integral.
Apesar de não me parecer em nada com um empadão, e não ter praticamente nada de integral, esse é o nome dele. Eu prefiro chamar de Torta Verde. ;)
Comecei pelo recheio: 200g de ervilha congelada / 2 abobrinhas cortadas em cubinhos / 1 beringela cortada em cubinhos / metade de uma pimenta dedo-de-moça / 1/3 de farinha de trigo integral / 2 xíc. (chá) de leite / 1 pacote de queijo parmesão ralado (eu tinha meio acho, completei com parmesão ralado na hora) / sal e pimenta-do-reino a gosto.   


Adivinhem o que eu usei pra refogar os legumes??
Pois bem, minha incrível pastinha. Serve para TUDO.


Refoguei a pastinha de tempero, com cebola e a pimenta picadinha.


Coloquei a beringela, a abobrinha e a ervilha pra refogar. Juntei mais salsinha, e já dei uma temperada com sal e tempero baiano (que é uma mistura de temperos, fácil de achar em feiras, e ótimo de ter em casa), lembra das camadas de sabor?


Aí lembrei do espinafre congelado que tinha e coloquei também, até murchar. (Adoro comprar na feira, lavar e já separar em saquinhos pra congelar. Folhas verde escuras fazem muito bem, e espinafre é sucesso na cozinha, dá pra fazer muuuita coisa.) 


A farinha integral, eu primeiro misturei com um pouco do leite morno, pra fazer uma pasta e engrossar o recheio. É melhor misturar a farinha assim, pra não empelotar. 


Joguei o restante do leite, e experimentei. A farinha integral tem um gosto meio forte, eu sentia bem ela, talvez numa próxima eu faça com farinha normal mesmo, uma vez que essa torta não é essencialmente integral. 


Então por conta própria resolvi colocar uma colherada bem generosa de Requeijão Light.
Esses truques sempre salvam.
;)  


Joguei o pacote de queijo ralado, e completei com queijo parmesão ralado na hora.
Mistura tudo bastante, experimenta, veja se o tempero está do seu gosto e deixa apurar, até ficar mais grosso.


Vamos para a massa?
3 xíc. chá de farinha de trigo comum / 1 col. chá de fermento em pó / 1 col. chá de sal / 1/2 tablete de manteiga gelada /  Na receita original pedia 1/2 xíc. chá de gordura vegetal hidrogenada, eu não tinha, então coloquei uma caixinha de creme de leite / 1 col. sopa de leite / 1 gema para pincelar 


Misture a farinha, o fermento e o sal. Acrescente a manteiga e o creme de leite e misture tudo com as pontas dos dedos. Fica como uma farofa molhada. Junte o leite e amasse bem. A minha ficou como essa aí de cima.


Numa fôrma untada, com fundo removível, eu moldei a massa cobrindo toda a fôrma.


Com a outra metade, eu abri bem a massa, para cobrir a torta. Me senti a própria Dona Benta, com o rolo na mão.


Coloque o recheio, e cubra com a massa. Retire o excesso, aperte as bordas com um garfo, e pincela com a gema.


Eu estava incrivelmente mimosa nesse dia, então além de salpicar gergelim preto (que faz MUITO bem), eu ainda moldei as iniciais de todos da família. Inclusive do Zappa.



40 minutos no forno, e pronto! Ela ficou linda, e com MUITA cara de comida de avó.


Ficou bem gostosa, mas talvez eu precise trabalhar por um recheio um pouquinho mais firme na próxima.
Pensei também em adicionar uns cubinhos de queijo branco. Sucesso certeiro.


Um certo rapazinho pediu o prato dele especial.


E esse é o tal livro delicioso. Que vale muito a pena ter pra se inspirar.

Uma vida de amor pelas vovós.







A base do (meu) sabor.


Eu sou uma entusiasta da cozinha.
Fico encantada com essa alquimia, cada dia um pouco mais.
Amo comer comida dos outros, amo ver outros cozinharem, porque cada um tem sua forma, seus gestos e seu sabor.
Esse último ano senti uma incrível evolução na minha cozinha.
Acho que porque amadureci, e também porque passei a arriscar mais.
Me entupo de todos os tipos de informações, seja em livros, programas de TV, dicas de amigas, receitas das avós ou da minha mãe, papos com profissionais, e aí vai.
Sendo assim, sinto que estou criando cada vez mais a minha assinatura culinária.
E eu amo mesmo é comida caseira, bem feita, bonita, clássica ou moderna e CHEIA DE SABOR.
Existe uma enorme diferença entre uma sopa que os legumes são todos jogados na água de uma vez, com sal e pronto, e uma sopa feita aos poucos, refogando e respeitando o tempo de cada ingrediente.
O mesmo vai pro frango, sem graça grelhado na hora, e o frango que fica marinando de um dia pro outro.
Eu acredito que o sucesso de um prato se deve à quantas CAMADAS DE SABOR é possível criar nele.
Parece papo de doido, mas não é. As comidas mais simples são as mais difíceis de fazer. Comida de vó é tão boa, porque geralmente tem um bando de camadas de sabor. Entre sal, temperos, ervas frescas e gordura. Sim. GORDURA.
Quem cozinha sabe. Impossível viver sem manteiga e azeite. Me desculpem os fitness neuróticos, mas sabor é fundamental.
O meu sabor se baseia basicamente em ervas frescas. Temperos frescos. Caldos frescos.
Tenho horror ao Glutamato Monossódico, tão presente nos temperos industrializados.
Há um tempo atrás peguei como dica de uma amiga chef, uma pastinha cheia de sabor.
E desde então essa nunca mais saiu da minha geladeira. Toda semana volto da feira e preparo meu estoque, fresquinho, fresquinho.
  

Você pode usar basicamente qualquer ingrediente de sua preferência para criar sua pastinha.
A minha escolha da semana foram estes.
Cenoura, cebola, cheiro-verde, alho-poró, alho, pimenta dedo-de-moça e salsão.
Estes são tão básicos, que servem para TUDO.
Vc pode refogar com o arroz, temperar um peixe, frango ou carne.
Pode ser a base para um molho de tomate, ou uma bolognesa.
Vale tudo.
Mas na hora de usar lembre-se: Está tudo cru, ou seja, essa pasta precisa passar por alguma cocção. 
Não dá pra temperar salada, a não ser que você (assim como eu) ame cebola e alho crus. 


Coloquei todos os ingredientes no processador. Vale bater com mixer ou liquidificador.
Depois de tudo batido, eu tempero com sal e pimenta-do-reino (gosto de colocar pouco sal e pimenta, para deixar mais neutro e poder retemperar de acordo com o prato que estiver usando na hora) e adiciono azeite.
Além de deixar mais saboroso, o azeite vai ajudar a conservar a sua pasta.
Bate mais um poquinho...


E está pronta a base de todos os meus pratos.
Essa é a primeira das minhas várias camadas de sabor. Gosto de sempre refogar ela até ficar beeem douradinha. Sucesso.
Para os ousados e carnívoros, pode-se colocar bacon ou aquelas linguicinhas defumadas também. Já fiz e fica insano.
Difícil dizer quanto tempo dura. Duas semanas com certeza absoluta.
Eu já deixei um pote pronto e durou quase um mês. Mas não quero ter ninguém preso no banheiro por minha culpa, então depois de 15 dias, se ainda sobrar, dá uma cheirada antes de usar.
O nariz é certeiro. Se o cheiro estiver bom vai com tudo.

E, por favor. Nunca mais comprem temperos industrializados.
A saúde e o paladar agradecem!
;)